segunda-feira, 11 de fevereiro de 2013

2 anos

Foi há 2 anos que cheguei a Londres. Olhando para trás, acho que tive uma coragem que mal reconheço em mim. Foram dois anos difíceis, cheios de tropeços. Na verdade, a sensação foi a de dar murros em ponta de faca. Uma luta permanente que me encheu de desânimo vezes sem conta. Devagar, bem devagar mesmo, as coisas estão a melhorar. Há apenas 1 ano, tudo era ainda bem diferente e mais difícil. São baby steps que espero ver crescer e a dar ainda mais frutos brevemente. Não me arrependo de ter vindo, nem tão pouco do caminho que fiz, mas não passa um dia em que não me aperte o coração ao pensar no meu país. Está-me colado à pele e à alma e poderão passar muitos e muitos anos mas este aperto jamais passará.
 
E agora, em jeito de celebração, que o melhor dos últimos 2 anos, seja o pior dos próximos 2! Tchim, tchim!

quarta-feira, 6 de fevereiro de 2013

segunda-feira, 4 de fevereiro de 2013

Filha da mae!


Os ingleses sao frequentemente vistos como flexiveis, praticos, e ajustando-se com facilidade a novas situacoes e desafios. Pode ate ser verdade, contando que esse desafio nao seja o formato do nome de uma pessoa. Ora, em Portugal, na decada em que nasci (e na subsequente tambem), o mais comum era brindar-se toda e qualquer crianca com 4 nomes: 2 nomes proprios e dois apelidos (1 dado pela mae e 1 pelo pai). Nos ultimos anos, os novos rebentos passaram (na grande maioria) a ter apenas 3 nomes a constar no CC: 1 nome proprio e 2 apelidos. Em minha opiniao, esta foi uma alteracao vantajosa. Com algumas excepcoes, o uso dos meus dois nomes proprios serviu apenas para os ralhetes dados pelos meus pais. Ouvir os dois nomes em conjunto era, com toda a certeza, sinal de que tinha feito asneira.

Sendo, porventura, estas as formas mais comuns de nomes completos, a verdade e que em Portugal  somos bastante flexiveis. Se por um lado nao ha ca aquela coisa de criar um nome que resulte da combinacao dos nomes dos progenitores (excepcao feita a Lucy), por outro, conheco varias pessoas com mais do que 4 nomes. Algumas tem 5 e outras 6 ou mais. E e aqui que a inflexibilidade inglesa entra. Eles simplesmente nao entendem o conceito de se ter mais do que um apelido. Por esta banda, frequentemente associada a uma emancipacao feminina mais antiga, se comparada com o nosso pais, o que acontece e que o apelido da mae nao faz parte do nome da crianca que acabou parir. E unicamente ao lado masculino que se da continuidade. Nao fosse isto ja a arrastar para o chauvinismo, em Inglaterra, as pessoas nao percebem o conceito de que ha mais formas de se construir nomes no mundo. Deram-nos a Revolucao Industrial mas mantemos (orgulhosamente) a estrutura de nomes que bem nos aprouver!

Tudo isto para mostrar a enorme dificuldade que tenho em fazer com que percebam que a construcao do meu nome: tenho dois nomes proprios mas gosto de ser chamada pelo segundo e este segundo nome continua a ser o meu nome proprio (em Inglaterra o segundo nome e apenas e so o middle name). E mais: eu tenho dois apelidos, 1 por cada um dos progenitores! E caso para dizer que sou, orgulhosamente, filha da mae!