quinta-feira, 22 de maio de 2008

A saída da Boneca

A boneca foi sair ontem. Normalmente, um café ou uma visita ao Bairro Alto são suficientes para satisfazer os meus desejos noctívagos, mas ontem excedi-me e lá fui eu desfrutar da noite lisboeta. Primeira paragem: bebidas boas, mas fumar é na rua. E assim que se termina o cigarrinho, toca a voltar para dentro que a senhora que está à porta não perdoa! Seguimos para essa lendária discoteca que é o Plateu. Já se sabe, musica dos anos 80, cantorias e risotas é o que se espera. O que não esperávamos era estar 50 minutos numa fila para entrar. Ok, ladies Night, véspera de feriado, mas convenhamos... A minha paciência diminuiu drasticamente para metade. Lá dentro... bom, digamos que era uma massa humana bem compacta. Todos assim bem chegadinhos, aconchegados uns aos outros, sentindo e partilhando os fluídos corporais como se numa piscina nos encontrássemos. Pedir uma bebida foi um verdadeiro desafio, ir à casa de banho (e conseguir usá-la) foi a derradeira vitória! Quanto a músicas, "Summer of 69" e "Sunday, Bloody Sunday" são clássicos regulares. Da Weasel, Madonna, Shakira e outros é que não costumam fazer parte da selecção musical! Gostei muito de ouvir a Duffy pedir misericórdia e muito bem, que todos precisávamos, dadas as circunstâncias!


Apesar de tudo, foi divertido. E percebi uma vez mais qual a razão por que não saio mais vezes: não há paciência! Agora, caros amigos, só daqui por uns 2 mesitos, que tenho que voltar a insuflar o meu balão da pachorra até ao ponto de se tornar suportável uma próxima saída, ok?

Entretanto, hear and enjoy!


quinta-feira, 15 de maio de 2008

Um bom garfo!


Ela: "Queres vir cá jantar?"



Eu: "Sim, vou."



Ela: "Óptimo! Traz a comida!"



Eu: ...



Dizem que agora é moda!

quinta-feira, 8 de maio de 2008

Não é mais que isto...


"The most important kind of freedom is to be what you really are. You trade in your reality for a role. You give up your ability to feel, and in exchange, put on a mask".




James Douglas Morrison

quinta-feira, 1 de maio de 2008

Jogos de Azar


Não há nada como uma paixão para tornar os dias mais emocionantes: desde noites em claro a uma perda de apetite, até às familiares borboletas na barriga, tudo nos assalta e avassala o coração. Inesperadamente o mundo é mais simpático e o que noutras alturas nos faz raiar os olhos de sangue, subitamente é tolerado com uma descontração que nos surpreende. Mas esse é também o mais frágil dos momentos. Ainda não há uma história e o futuro vive apenas na nossa cabeça. E é nesta incerteza que muitos embarcam nos jogos de azar.

Desde a minha primeira paixão, já lá vão 13 anos, sempre pautei as minhas acções pela honestidade. Inevitavelmente, no decorrer destes anos, falhei, errei, fui injusta e incorrecta com algumas pessoas. Mas nunca as manipulei. E aquilo a que assisto frequentemente é a elevação de uma forma de manipulação, a que vulgarmente se chama "joguinhos". Quem nunca, arrebatado por alguém, ouviu outro dizer "Não lhe ligues. Vais ver que em menos de nada está caidínho por ti!". Esta coisa do "dá e tira" na esperança de prender o outro, pode até trazer resultados. Aos 18 anos, face à inexperiência que se tem, acredito até que seja um recurso. Aos 28 é descabido! Quando preferimos* alguém, sabemos o que queremos. Sabemos a medida exacta do quanto queremos a outra pessoa. Conhecemos os caminhos que queremos percorrer e não pode por isso, haver espaço para a manipulação. De nada vale fingir que não estamos nem aí. Afinal até estamos! Se ele não esteve bem, se falhou, não posso ignorar essa falha. Se pelo contrário, se mostrou atencioso, não vou fingir que me dá igual, quando não dá!

Não digo que devamos revelar de imediato o que nos vai na alma, reagir desenfreadamente a cada palavra ou gesto. Não, o jogo acontece precisamente no momento em que nada está definido e portanto, tudo é possível. O jogo é a frase que se lança e que é muito mais do que o que é dito. É o olhar simultâneamente despudurado e timído. É o cruzar de mãos para que não se percam, quando nunca se perderiam... Jogar é arriscar na incerteza.

Este post, e a maioria dos seus comentários, reflecte bem o tipo de jogos que infelizmente se fazem por aí. Pela minha parte, não é a ausência que me prende, antes pelo contrário. Não é a ansiedade a que me submetem que me excita. Gostar de alguém é um estado de alma do qual não depende a angústia que me provocam.

A mais das vezes, dos jogos surgem mal entendidos. Enquanto um vai para a esquerda, outro segue pela direita e vão-se encontrando nas encruzilhadas...

Mais do que jogos de amor, estes são jogos de azar...


* Expressão magníficamente empregue aqui.